domingo, 20 de junho de 2010

Memória fragmentada

Dar valor ao que não importa muitas vezes não é uma opção, muitas vezes não damos ouvidos ao que a nossa razão nos diz, e já tenho provas que ela está certa na maioria das vezes. O coração não pensa e por isso só faz asneiras, esfola-nos a alma e arranha-nos os sentimentos. Estou farta de dar valor ao que não faz sentido, de investir no vazio. Farta de sentimentos nublados os quais não consigo definir, a alma não é mais que uma náusea, um vapor, algo que se esfumaça e se escapa entre os dedos...Tanto por nada, tanto por algo que não vale a pena. Não quero mais nenhuma volta porque sei que vou cair, não te quero sentir em mim, nem mais uma vez.
Só mais uma vez, mas não posso!
Avançar seria voltar ao início, regredir. Dúvidas, para as quais não tenho resposta. Incerteza, sem chão...saltos sem rede, é assim que é, mas não é assim que tem de ser.
Vou voltar à minha (a)normalidade, vou voltar sozinha, porque eu consigo! Um regresso sem ti, algo que pertence ao passado, e não passas disso, uma imagem no espelho que parti, fragmentos de memórias que um dia construí.

Recordações

Hoje foi o dia de voltar ao passado, falando de coisas novas.
Há algum tempo que não saía contigo e já estava a sentir saudades, tinha falta das nossas conversas, de dizer as coisas ao mesmo tempo (devíamos abrir um serviço de telepatia, com garfos na cabeça, de recordar as nossas aventuras no secundário, mas o que me torna ainda mais completa e feliz é o facto de nos incluirmos uma à outra nos nossos planos futuros, tenho orgulho na nossa amizade, até nos dias em que só temos tempo de dizer um rápido e escasso "Olá" e partir rumo às nossas vidas, com novos amigos. Apesar de termos crescido, permanecemos as mesmas, e conhece-mo-nos tão bem que por vezes não precisamos de falar para nos entender basta um olhar, ou uma expressão. Foi bom ter crescido contigo, posso dizer que os dias da minha infância passados contigo foram momentos felizes, momentos que recordo com um sorriso na alma. Até nessa altura a praia já fazia parte de nós.
Os anos que passámos separadas, hoje em dia, entendo-os como algo que nos ensinou a dar valor à amizade que temos hoje. Amigas como tu há poucas por aí, eu tenho sorte, não, não lhe chamaria sorte, sou uma pessoa concretizada por fazeres parte da minha vida. É bom ter alguém a quem confiar as nossas ansiedades e que nos põe "um penso na alma" quando mais precisamos e que nos limpa as lágrimas quando elas não param de escorrer pela nossa cara e que nos iluminam os dias mais cinzentos e tornam as horas menos longas quando elas custam a passar. És especial, obrigada : D

Férias

Finalmente de férias!!
Após nove meses de descobertas, de viver uma nova vida cheia de experiências boas e más estou de volta à velha rotina que conheço tão bem. Estar de volta é bom, sabe bem é reconfortante.
Deixo para trás as ruas de Lisboa cheias de pessoas incógnitas, caras que desconheço, deixo os amigos também e isso causa saudades e vontade de voltar às tardes em que não fazíamos rigorosamente nada e ficávamos deitados na relva.
Agora vou ter de me habituar a uma velha rotina, às ruas pouco movimentadas, às pessoas que já conheço, aos velhos amigos, aos lugares que frequentava. Vou-me habituar ao passado outra vez! Já tinha saudades desta calma, desta vida cor-de-rosa que eu levava com um sabor salgado e areia nos pés, aos 3km que faço para chegar ao Baleal e aos mergulhos na água fria do mar, saudades de acordar relativamente tarde, tarde vá,e ir para a praia com a Diana, que é sempre a melhor companhia, ao som do Bairro do Oriente!! Ah recordações do Verão do ano passado ainda tão fresco!
Este Verão vai ser uma página nova, algo por estrear, e espero escrever nela coisas boas, que me dêem prazer a ler, quando mais tarde me lembrar delas. Uma nova experiência onde vou incluir aquilo que fui e no que me tornei depois destes nove meses longe.
Algumas coisas mudaram, eu não mudei, cresci. Aprendi a ver as coisas de uma forma diferente, tive de aprender a lidar comigo mesma, aprendi a crescer.
Agora, nestes três meses em que estou de volta à minha zona de conforto, espero preencher os espaços vazios desta folha com cores vivas e alegres, com a cor do mar, do sol, do céu azul e da areia e incluir o sabor salgado do mar e dos gelados.
Tenho tanto para viver...